30 junho 2009

Lília Coelho - A importância da nutrição na terceira idade

0 - Introdução

Este trabalho de pesquisa, foi pedido no âmbito da avaliação do módulo, alimentação da pessoa idosa, em lares e centros de dia. Curso de geriatria B 3.
Escolhi este tema, porque acho que é um tema bastante importante, ao qual não se tem dado a devida divulgação nem importância.
O principal objectivo deste estudo, serve para adquirir mais conhecimento nesta área, uma vez que estou a tirar formação em geriatria.
A nutrição e a alimentação na terceira idade ainda são áreas pobres em investigação, sendo pouco exploradas e não tendo recebido a atenção que lhes é devida.

1 - Nutrição e Bem-estar

A Organização Mundial de Saúde define o idoso, uma pessoa com 65 anos ou mais nos países desenvolvidos, e 60 nos países em desenvolvimento. O aumento dessa população vem sendo observado no mundo inteiro, o que ocorre em função da melhoria na qualidade de vida, somado ao avanço da ciência e tecnologia aplicados na área da saúde.
É fundamental que o idoso apresente uma dieta equilibrada em carboidratos, proteínas, gorduras. O atendimento das necessidades de vitaminas e minerais é essencial, pois esses nutrientes, além de actuar regulando diversas funções no organismo, agem como antioxidante e previnem o envelhecimento e aparecimento de doenças. Além disso, é importante a refeição apresentar aspectos agradáveis, como a cor, sabor, aroma e textura, e que seja periodizado o prazer no momento da refeição, atendendo as preferências do idoso.
A nutrição é um conjunto de processos, que envolve a ingestão, digestão, absorção, metabolismo e excreção dos nutrientes, com a finalidade de produzir energia e manter as funções do organismo.
A nutrição nos idosos é, actualmente, um problema significativo no seio desta população. A má nutrição pode resultar da deficiente absorção dos alimentos, de uma alimentação carenciada ou do excesso alimentar. Em Portugal, verifica-se a predominância de carências nutricionais, sendo as principais razões apontadas para a causa deste facto a falta de apetite, dificuldades a preparar as refeições e problemas económicos.
O mesmo estudo revela que o problema é mais grave em doentes internados em hospitais e lares de terceira idade, onde quase 7 em cada 10 apresentam sinais de subnutrição. Nos primeiros, a doença justificar a falta de apetite e a perda de peso. Por outro lado, nos lares, a qualidade e a diversidade da comida não está adaptada às dificuldades e à individualidade de cada pessoa. Pelo contrário, os idosos que vivem na própria casa ou em casa de familiares acusam menos o baixo peso. Ainda assim, um quarto dos mesmos denunciava carências.
Desta forma, torna-se essencial compreender quais as necessidades primordiais na alimentação dos idosos, e saber como melhor confeccionar as refeições, para que estes tenham o maior proveito possível, dado que o próprio envelhecimento da pessoa provoca alterações fisiológicas que influenciam a forma como os alimentos são absorvidos pelo organismo.
São várias as alterações que se verificam no nosso sistema digestivo causadas pelo envelhecimento, as quais irão seguidamente ser sumariamente descritas.
São, assim, denotadas alterações no funcionamento do aparelho digestivo, onde se verifica um decréscimo no limiar do paladar, atrofia da mucosa gástrica, e consequentemente uma menor produção de ácido gástrico; alterações na estrutura e função do estômago e intestino, alterações na estrutura e função do fígado e vias biliares.
São também de salientar as alterações verificadas na composição e no fluxo salivar da mucosa oral, sendo que embora não esteja comprovada uma relação directa sobre o envelhecimento e a diminuição da secreção salivar.
Verificam-se também alterações na percepção sensorial, sendo que ocorre uma diminuição da capacidade do sentido do olfacto e do paladar, que pode estar associado a um decréscimo de apetite nas pessoas idosas, dado que se dá uma redução da sensibilidade de determinados gostos. Na pessoa idosa, a desidratação torna-se também frequente. Efectivamente, pode ocorrer nestas pessoas uma disfunção cerebral e/ ou diminuição da sensibilidade de determinados receptores que temos no nosso corpo que nos transmitem a sensação de sede sendo que a pessoa raramente tem essa sensação. Para além disso, o pouco consumo de água pelos idosos associada ao uso frequente de fármacos diuréticos e laxantes leva à desidratação.
Nesta fase, a alimentação além de nutrir, poderá tratar determinadas doenças e proteger o organismo. Devem ser levados em conta alguns factores, como: estado de saúde físico, mental e emocional, hábitos alimentares anteriores, alterações na capacidade de mastigar, deglutir, digerir e absorver os alimentos, etc.
Conforme a pessoa vai envelhecendo, as suas necessidades de energia vão diminuindo, porém, por outro lado, a necessidade dos nutrientes vai aumentando. Por isso, deve-se dar prioridade a alimentos de alto valor nutricional.
Podemos perceber que muitos idosos deixam de comer alimentos mais consistentes, optando por outros de consistência pastosa, como sopas, chás, torradas, etc. É importante estimular a mastigação e o consumo de uma dieta completa e balanceada. Caso o idoso tenha algum tipo de doença é necessário ter um acompanhamento individual, com suporte nutricional adequado.
No geral, é importante consumir alimentos de grupos variados, na consistência adequada, conforme a capacidade que o idoso tenha de mastigar os alimentos. Além disso, comer de forma fraccionada, evitando assim a sensação de empanturramento. Outro ponto a ser ressaltado, é o consumo de água, muitos idosos não sentem sede ou não deseja beber líquidos devido a incontinência urinária, podendo correr riscos relacionados a desidratação e problemas renais.

1.1 A importância da água para os idosos.
Os idosos têm uma reserva hídrica naturalmente menor, uma desidratação pode ser fatal. O pior é que os seus mecanismos de equilíbrio interno já não funcionam tão bem e eles não sentem sede, é fundamental que se ofereçam líquidos para os idosos tais como: água, sumos, frutas, leite, chá, gelatina, sopa.


2 - Cuidados na alimentação do idoso

Colaboração na preparação e confecção das refeições.
Manuseamento e preparação dos alimentos.
As doenças de origem alimentar são muito frequentes e sendo os idosos, já pessoas com algumas debilitações é essencial preveni-las. A sua principal causa é o consumo de alimentos contaminados por diferentes micróbios que são levados para os alimentos pelas pessoas ou por moscas, baratas e ratos. Nos alimentos, os micróbios multiplicam-se e produzem substâncias tóxicas que podem causar intoxicações, ou infecções alimentares, assim, durante o manuseamento e preparação dos alimentos é essencial a limpeza e conservação dos alimentos.
Para evitar a contaminação é indispensável a lavagem das mãos regularmente e sempre que: se preparem alimentos, se utiliza a casa de banho, se mexe em restos de alimentos, para evitar a contaminação dos alimentos bons e depois de mexer em alimentos crus.
Aconselha-se ainda a usar vestuário adequado, como o avental, bata e chinelos que devem estar sempre limpos. O estado de saúde do pessoal que manipula os alimentos é muito importante, não devendo trabalhar na cozinha quem apresenta tosse, infecções respiratórias, febre, diarreia ou feridas nas mãos.
Relativamente à confecção, o calor destrói a maioria ou quase todos os microrganismos que podem contaminar os alimentos, porém é essencial não esquecer de:
Lavar bem as saladas e alimentos que se comem crus, em água corrente potável (ex. fruta)
Servir os alimentos logo a seguir à sua preparação, pois o deixar arrefecer prolongadamente favorece o desenvolvimento de microrganismos;
Usar pinças, garfos ou colheres para mexer nos alimentos já cozinhados;
Evitar preparar alimentos mal passados;
As zonas queimadas ou muito tostadas dos alimentos não devem ser consumidas, porque têm substâncias cancerígenas, logo também muito importante limpar as grelhas dos grelhados antes e depois;
Garantir a higiene em todas as fases de preparação dos alimentos.

3 – Conclusão

Ao fazer este trabalho, cheguei à conclusão o quanto é importante, que os idosos tenham uma alimentação equilibrada. Porque por factores relacionados com a própria idade, desnutrem e desidratam, com muita facilidade.
Embora já haja alguma informação, é fundamental que cada vez se faça um trabalho de divulgação junto da população mais idosa, para que eles tenham consciência, que a nutrição e a hidratação são fundamentais para uma vida saudável.
O trabalho que fiz foi baseado em pesquisa na internet e em trabalho feito na área de saúde por estudante de enfermagem.

4 - Referências

http://www.rgnutri.com.br/Squ/idosos/nti.php
http://www.medicinageriatrica.com.br/2009/05/19/saude-geriatria/desnutricao-no-idoso-parte-3-recomendacoes-nutricionais
http://www:webartigos.com/articles/13934/1
http://hipopotamo.blogspot.com/2009/03/importancia-da-agua-para-os-idosos.htmlos-idosos/pagina1.html
Informação retirada de trabalho realizado por estudante de enfermagem